Temporada de Dança Teatro Alfa 2010 em São Paulo



Temporada de Dança Teatro Alfa 2010

Apresenta: SANKAI JUKU

A célebre companhia japonesa apresenta pela primeira vez no Brasil o espetáculo Tobari

Três únicas na apresentações entre 14 e 16 de setembro

                                                              


O mistério da emoção desencadeada por Tobari reside numa mistura de lucidez e romantismo.
Le Monde

Os espetáculos da companhia Sankai Juku podem ser vistos como rituais contemporâneos de celebração do ciclo da vida em seu paciente e infinito renascer. Integrante da segunda geração do movimento butô, a “dança das trevas” nascida no Japão do final dos anos 1950, o bailarino e coreógrafo Ushio Amagatsu fundou a companhia em 1975 para fazer emergir uma arte que busca o equilíbrio entre corpo e consciência, nas vertiginosas dimensões do espaço e do tempo.

O Sankai Juku retorna à programação da Temporada de Dança do Teatro Alfa para mostrar pela primeira vez no Brasil do espetáculo Tobari - Como num Fluxo Inesgotável, coreografia de Amagatsu  para oito bailarinos, com música de Takashi Kako, Yas-Kas e Yochiro Yoshikawa, que teve sua estreía mundial em 2008 no Théâtre de La Ville , em Paris. Os oito bailarinos em cena são: Ushio Amagatsu, Semimaru, Sho Takeuchi, Akihito Ichihara, Ichiro Hasegawa, Dai Matsuoka, Nobuyoshi Asai e Norihito Ishi.

As três únicas apresentações do Sankai Juku em São Paulo acontecem nos dias 14, 15 e 16 de setembro, de terça a quinta-feira, no Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – tel. 5693.4000 – www.teatroalfa.com.br)

A arte do Sankai Juku busca o equilíbrio entre corpo e consciência, nas vertiginosas dimensões do espaço e do tempo. Como diretor artístico, Amagatsu desenha fascinantes quadros móveis em permanente oscilação para sua companhia formada exclusivamente por homens, cabeças raspadas e o corpos inteiramente cobertos de pó branco.

A Temporada de Dança 2010 do Teatro Alfa terá ainda: Cia. Sociedade Masculina, que estréia duas novas coreografias de Anderson Braz e Anselmo Zolla, em duas apresentações, 21 e 22 de setembro; Cloud Gate Dance Theatre, quatro apresentações da coreografia Whisper of Flowers, inédita no Brasil, de 2 a 5 de outubro; Ballet du Grand Théâtre de Genève, duas apresentações das recentes coreografias Blackbird, Dov’è la Lune e Loin, em 23 e 24 de outubro; Quasar Cia. de Dança, que estréia nova coreografia de Henrique Rodovalho, em duas apresentações, 6 e 7 de novembro.

TOBARI é um pedaço de tecido que separa um espaço em duas partes. Poeticamente a palavra é também empregada para evocar a passagem do dia para a noite.

A coreografia se divide em sete quadros: Vindo de um nada sem limites; Uma sombra em um sonho; - Refletirem-se uns nos outros; Sonho de futuro vertical; Azul-noite; Num fluxo inesgotável; Rumo a um nada sem limites.

A Dança do Cosmo, por Rosita Boisseau - Le Monde

Que um espetáculo tão obviamente estranho quanto Tobari, do coreógrafo japonês Ushio Amagatsu, alcance um sucesso de público tão evidente é algo espantoso.

Numa época de originalidade a qualquer custo, extremismos e lamentações, contemplar uma peça filosófica apaziguante - em que os intérpretes, oito homens de cabeças raspadas e corpos inteiramente cobertos de pó branco - parece uma tremenda incongruência.

Em vista dessa calma contemplativa, os aplausos não vieram em ondas sucessivas nesse 6 de maio no Théâtre de la Ville , em Paris, para esse novo encontro com a companhia Sankai Juku, mas sob a forma de calorosa ovação durante longos minutos. Houve vários retornos ao palco e cumprimentos refinados como somente Ushio Amagatsu sabe fazer.

O cosmo ilumina o fundo do palco e reflete-se às vezes em partículas luminosas num tapete oval azul colocado no centro. Vestidos num traje bege, longo, plissado, ou em tanga cor de laranja, os Sankai o atravessam deslizando de perfil ou se ajoelham na borda do tapete como que ao redor de um espaço mágico. Como sempre os braços começam a dançar primeiro, erguem-se e se retorcem, agarram o ar a fim de puxar o fio da vida ou cortá-lo bruscamente.

Quando Ushio Amagatsu se encolhe no chão observado por quatro bailarinos, encontra essa posição fetal apenas para renascer. Um pouco depois, sozinho em cena, fazendo esgares, soltando gritos mudos, torna-se o centro de um oráculo, juntando a vida e a morte numa dança macabra arrebatadora. Raras vezes o coreógrafo, dedicado há mais de trinta anos ao butô, movimento artístico japonês radical surgido nos anos sessenta, se entregou tanto a sua inclinação para o expressionismo.

O mistério da emoção desencadeada por Tobari também reside numa mistura de lucidez e romantismo. Essa combinação emocional alimenta-se de um lirismo musical assinado por Takashi Kako, Ya-Kas, Yoichiro Yoshikawa, velhos cúmplices de Amagatsu.

Violinos em espiral, violões e curiosidades sonoras espaciais introduzem partículas sentimentais nos corpos contorcidos e nas mãos em forma de gancho dos Sankai. Há momentos em que essas criaturas “intermediárias, entre o masculino e o feminino”, conforme a definição de Amagatsu, se transformam em preciosas feiticeiras, mensageiras de um nada que só elas conhecem.

Ushio Amagatsu e Sankai Juku

O Sankai Juku foi formado em 1975 por Ushio Amagatsu, que faz parte da segunda geração de bailarinos de Butô, cujos fundadores foram Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno.

O Butô é uma forma que transcende as reações da geração “pós-Hiroshima“ no Japão, e que lança as bases para a abordagem da dança contemporânea japonesa a partir do final dos anos 50. Amagatsu, antes de criar o Sankai Juku, tinha seguido uma formação em dança clássica e moderna em Tóquio, tendo também trabalhado com as danças tradicionais japonesas.

Em 1975, iniciou uma série de longos estágios, com diversos bailarinos e bailarinas, para selecionar os componentes e criar uma companhia. Dos 30 que formavam o grupo inicial, ficaram entre os selecionados apenas os homens. De forma natural, o Sankai Juku tornou-se um grupo essencialmente masculino.
O nome significa literalmente “o ateliê (oficina) da montanha e do mar” como referência a esses dois elementos determinantes da topografia do Japão.

Sankai Juku, companhia totalmente independente, começa então suas apresentações no Japão, em teatros alugados. A primeira produção de importância do Sankai Juku foi Kinkan Shonen, em 1978. Essa produção revela a direção artística de Amagtsu, que dá ao butô uma imagem mais clara, mais transparente e mais cosmogônica.

A força de cada expressão, de cada movimento, de cada impulso, sempre conduz às origens do mundo, oferecendo uma percepção apaixonada da vida e da morte.

Em 1980, Sankai Juku foi convidado pela primeira vez para apresentar-se na Europa. Desse primeiro encontro físico com culturas estrangeiras, Amagatsu desenvolve sua teoria de um equilíbrio entre as culturas “étnicas“ sendo a sua, japonesa, uma forma de busca da universalidade.

Para Amagatsu, o Butô não é simplesmente uma técnica formal ou um estilo acadêmico, mas tende a articular a linguagem do corpo a fim de encontrar, no mais íntimo dos seres, um sentido comum, uma universalidade humanista e permite, às vezes, recorrer à crueldade e brutalidade.

Sua pesquisa pessoal está baseada em um “diálogo com a gravidade” – título de seu livro lançado em 2001. O bailarino utiliza a gravidade não como adversária, mas como aliada no seu movimento. Enquanto o bailarino ocidental tenta esquivar-se da gravidade através de sua energia em saltos, piruetas, etc, o bailarino, com Amagatsu, dialoga com ela em um movimento onde tudo é concentração e economia de dispêndio muscular.

Graças às suas turnês internacionais anuais realizadas há 30 anos, mas também pelas oficinas e master classes que a Companhia promove em Paris, no Japão e em outros países, o estilo próprio do Sankai Juku e sua estética particular foram difundidas no mundo inteiro e influenciam um número crescente de artistas em diversas áreas, como a dança contemporânea, o teatro, a pintura, a moda, a fotografia, etc.
Atualmente, o Sankai Juku é, sem sombra de dúvida, uma das companhias japonesas que mais se apresentam no exterior (mais de 43 países visitados regularmente, cerca de 700 cidades) com uma atenção toda especial para a França e o Théâtre de la Ville de Paris, onde a cada dois anos, desde 1982, estreia suas novas criações.

Amagatsu considera a França como sua segunda pátria. A França foi o ponto de partida de toda a aventura internacional do Sankai Juku, e foi aquele país que alimentou fortemente a Companhia com influências artísticas, as mais variadas, dando a possibilidade de estar lado a lado de inúmeros grandes artistas, de se deleitar com seus monumentos, museus e exposições.

Todos os integrantes do Sankai Juku vivem no Japão, onde elaboram suas novas criações e organizam suas turnês internacionais. Os escritórios da Companhia estão instalados em Tóquio, de onde são geridas todas as suas atividades no Japão, Ásia e Oceania.

Além das suas criações para o Sankai Juku, Amagatsu criou duas coreografias para bailarinas e bailarinos ocidentais nos Estados Unidos e em Tóquio. Também coreografou para a bailarina indiana Shantala Shivalingappa. Dirigiu Barbe Bleue, de Bela Bartok no Japão, e as criações mundiais das óperas As Três Irmãs e Lady Sarashina, de Peter Eotvos para a Ópera de Lyon.

Ficha Técnica

Estreia Mundial em 2008 – Théâtre de La Ville (Paris)
Direção, Coreografia e concepção - Ushio Amagatsu
Música composta por Takashi Kako, Yas-Kas, Yochiro Yoshikawa
Direção técnica: Kazuhiko Nakahara / Iluminador: Genta Iwamura / Chefe de Palco: Tsubasa Yamashita / Sonoplasta: Akira Aikawa / Co-Produção: Théâtre de la Ville Paris , France / Kitakyushu Performing Arts Center, Fukuoka Pref. Japon / Sankai Juku, Tokyo, Japon /
Para a realização da turnê brasileira, o Sankai Juku recebe subvenção  da ACA (Agency for Cultural Affairs), governo do Japão 2010. A companhia conta com o apoio de Shiseido.

SANKAI JUKU no TEATRO ALFA - SERVIÇO

local: Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – tel. 5693.4000)

datas: 14 a 16 de setembro, de terça a quinta-feira, sempre às 21h

Preços: Setor I = R$ 120,00 - Setor II = R$ 100,00 - Setor III e IV = R$ 30,00

Lotação: 1110 lugares

Duração: 1h25 (sem intervalo)

Classificação etária: 12 anos

Estacionamento: Valet c/ manobrista = R$ 25,00 - Self = R$ 18,00

Como Comprar:

Por Telefone: 5693-4000 e 0300-789-3377 (Serviço exclusivo do Teatro Alfa)
Venda efetuada com cartões de crédito (Amex, Visa, MasterCard e Diners Club), de segunda à sábado das 11h às 19h e domingos das 11h às 17h. Em dias de eventos até 1 (uma) hora antes do início dos mesmos. Os ingressos poderão ser retirados no próprio teatro no dia do espetáculo.

Ingresso Rápido - 4003.1212 – www.ingressorapido.com.br

Pessoalmente - Bilheteria do Teatro Alfa:
Venda efetuada com cartões de crédito (Amex, Visa, MasterCard, Diners Club), cartões de débito (Visa Electron e Redeshop) ou dinheiro, de segunda à sábado das 11h às 19h e domingos das 11h às 18h. Em dias de eventos até o início dos mesmos.


Assessoria de Imprensa:            
Manoel Carlos Jr.
Luciana Lamanna / Daniela Oliveira
Luiza Goulart

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