História do Carnaval : Destaque Carnaval de Salvador
História do Carnaval
Origem do nome Carnaval
São varias as versões sobre a origem da palavra Carnaval. No dialeto milanês, Carnevale quer dizer " o tempo em que se tira o uso da carne ", já que o carnaval é propriamente a noite anterior à Quarta-Feira de Cinzas. No Brasil, o evento é a maior manifestação de cultura popular, ao lado do futebol. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore. Na sua origem, surge basicamente como uma festa de rua. Porém, na maioria das grandes capitais, acaba concentrado em recintos fechados, como sambódromos e clubes.
Viagem no Tempo
O Grande Carnaval de 1884
O ano de 1884 é considerado como o marco decisivo para o Carnaval da Bahia. Embora a festa já possuísse considerável porte - principalmente nos salões - é nesse ano que teve início a organização dos festejos de ruas e os desfiles de clubes, corsos, carros alegóricos e de vários populares. A partir daí ocorre a intensificação da participação do povo e aclamação do Carnaval de rua, que até hoje caracteriza esta festa na Bahia.
O Carnaval de 1884 pegou Salvador num período de crescimento rápido, provocado pelo progresso da agricultura em outras regiões e pelas exigências de um melhor ordenamento do espaço urbano com o êxodo rural. Respirava-se progresso e os comerciantes já utilizavam a publicidade nos jornais durante a festa. Tanto as pessoas que se fantasiavam como as que esperavam o cortejo vestiam-se a rigor, algumas em ternos de linho, polainas e chapéus.
O primeiro Afoxé
Em 1895, os negros nagôs organizaram o primeiro afoxé, denominado "Embaixada Africana", que desfilou com roupas e objetos de adorno importados da África.
Anos 70
Os anos 70 fizeram com que o apogeu do Carnaval de Salvador fosse a Praça Castro Alves, onde todas as pessoas se encontravam e se permitiam fazer tudo. Foi a época da liberação cultural, social e sexual.Até esta época, os trios elétricos eram mais veículos alegóricos, ornamentados quase que exclusivamente com bocas sedan de alto-falantes.
Os amplificadores eram feitos com válvulas e, em cima do trio, ficavam apenas músicos com a guitarra baiana, o baixo e a guitarra, não existindo ainda a figura do vocalista.
Surge o Trio Elétrico
Em 1950, surgiu, então, a famosa dupla elétrica. Após observarem o desfile da famosa "Vassourinha", entidade carnavalesca de Pernambuco que tocava frevo na Rua Chile, e empolgados com a receptividade do bloco junto ao público, a dupla elétrica formada por Adolfo Antônio Nascimento - Dodô - e Osmar Álvares de Macêdo - Osmar - resolveu restaurar um velho Ford 1929, guardado numa garagem. No Carnaval do mesmo ano, saiu às ruas tocando seus "paus elétricos" em cima do carro e com o som ampliado por alto-falantes. A apresentação aconteceu às cinco horas da tarde do domingo de Carnaval, arrastando uma multidão pelas ruas do centro da cidade.O nome trio elétrico surgiu em 1951, quando, pela primeira vez, apresentou-se no Carnaval um conjunto de três instrumentistas. A "dupla elétrica" convidou o amigo e músico Temístocles Aragão para integrar o trio e tocar nas ruas de Salvador numa picape Chrysler, modelo Fargo, maior que a "fobica" do ano anterior, em cujas laterais se liam em duas placas: "O trio elétrico".
Osmar tocava a famosa "guitarra baiana", de som agudo; Dodô era responsável pelo "violão-pau-elétrico", de som grave, e Aragão, pelo "triolim", como era conhecido o violão tenor, de som médio. Estava formado o trio musical.
Surge em 1961, o primeiro desfile público do Rei Momo, papel desempenhado pelo motorista de táxi e funcionário público Ferreirinha.
No ano seguinte, surgiu o primeiro grande bloco de Carnaval, denominado "Os Internacionais", composto apenas por homens. Nesta época, a todo instante "pipocava" um trio elétrico novo, mas os blocos iam para as ruas acompanhados somente de baterias ou grupos de percussão. Foi aí que também apareceram as famosas cordas e as mortalhas para brincar o Carnaval. Em 1965 por decreto presidencial é proibido o fabrico, a comercialização e o uso do lança-perfume, introduzido em nosso Carnaval desde 1906, importado inicialmente da França e depois da Argentina.
Anos 70
Os anos 70 fizeram com que o apogeu do Carnaval de Salvador fosse a Praça Castro Alves, onde todas as pessoas se encontravam e se permitiam fazer tudo. Foi a época da liberação cultural, social e sexual.
Até esta época, os trios elétricos eram mais veículos alegóricos, ornamentados quase que exclusivamente com bocas sedan de alto-falantes.
Os amplificadores eram feitos com válvulas e, em cima do trio, ficavam apenas músicos com a guitarra baiana, o baixo e a guitarra, não existindo ainda a figura do vocalista.
Ainda nos anos 70, Morais Moreira deu voz ao trio, candando Pombo Correio e os "Novos Baianos" ousaram e colocaram algumas caixas de som no trio, além de equipamentos transistorizados. Baby Consuelo surgiu cantando com um microfone ligado ao cabo de uma guitarra.
A composição carnavalesca "Colombina", de Armando Sá e Miquel Brito, é reconhecida oficialmente como o hino do Carnaval de Salvador.
Como se não bastasse tanta mudança, uma ainda mais radical ocorreu no Carnaval 74, com o surgimento do bloco "Afro Ilê Aiyê". A entidade que deu início ao processo de reafricanização da festa contribuiu com a aparição do afoxé "Badauê" e o renascimento do afoxé "Filhos de Gandhy". Era o começo do crescimento cultural do Carnaval de Salvador; que passou a enfatizar os conflitos e a protestar contra o racismo.
Em 1975 o trio elétrico "Dodô e Osmar" comemorou o jubileu de prata e retornou definitivamente à cena carnavalesca após um período de 14 anos afastado. O trio voltou com uma nova formação incluindo o músico Armandinho, filho de Osmar, e mudou o nome para "Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar".
Em 1976, surgiu, então, o trio elétrico "Novos Baianos", introduzindo junto com o "Trio de Armandinho", o swing baiano.
Em 1977, as escolas de samba que participavam do Carnaval de Salvador deixaram de desfilar. Apesar dos blocos de trio terem surgidos no início da década, é em 1978 que o "Camaleão" inicia a superação do amadorismo vigente entre os primeiros blocos de trio, representando um marco na emergência deles no Carnaval de Salvador. Foi neste mesmo ano que o uso da máscara, antes alegria e graça dos foliões, iniciou o seu processo de desaparecimento.
Adereço indispensável para complementar as fantasias de Carnaval, a máscara que em nosso convívio ficou mais conhecida como careta, serviu também para esconder dos olhares conhecidos e indiscretos a vergonha de um rosto eufórico.
Em 1979, aconteceu, então, o encontro entre o afoxé e o trio elétrico, com o surgimento da música "Assim pintou Moçambique", de Moraes Moreira e Antônio Risério, desencadeando, assim, todo o processo do afoxé "eletrizado" da música baiana atual.
Anos 80
No início dos anos 80, a transformação do Carnaval de Salvador se intensificou mais ainda e coube ao bloco "Traz Os Montes" introduzir algumas inovações, tais como a montagem de um trio elétrico com equipamentos transistorizados, instalação de ar condicionado para refrigerar e manter os equipamentos em temperatura suportável, retirada das bocas de alto-falantes, instalação de caixas de som de forma retangular, eliminação da tradicional percussão que ficava nas partes laterais do trio e inserção de uma banda com bateria, cantor e outros músicos em cima do caminhão.Em 1981, o bloco Eva, surgido em 1980 e considerado uma das entidades mais irreverentes e inovadoras do Carnaval, decidiu radicalizar ainda mais do que o "Traz Os Montes" e contratou engenheiros para assinar o cálculo estrutural do novo trio e de todo o sistema de sonorização que importou dos Estados Unidos (como uma nova mesa de som e vários periféricos necessários para o perfeito funcionamento do trio e da banda). Assim, o Eva fez com que os outros blocos fossem obrigados a investir também em seus trios.
O público e a crítica passaram a notar claramente a diferença gritante entre os seus equipamentos e os demais, assim como a qualidade dos cantores e das bandas.
Neste mesmo ano o governador da Bahia assina o Decreto nº 27.811, que determina a suspensão do expediente nas repartições públicas na sexta-feira da semana anterior ao Carnaval.
Um ano depois, registrou-se a presença de tanta gente nas ruas de Salvador que os tradicionais freqüentadores da Praça Castro Alves (intelectuais, profissionais liberais e travestis) ficaram irritadíssimos com a invasão do tradicional reduto liberal. Neste ano, a mortalha começou a desaparecer como indumentária carnavalesca, tendo como opção o short, bermuda ou macacão.
No Carnaval de 1983, apareceram algo em torno de 30 a 40 ritmos novos.
Em 1988 pela primeira vez, um bloco afro de grande porte, o Olodum, desfila na Barra. O ano da comemoração alusiva ao centenário da abolição da escravatura no Brasil, cujo o tema foi "Bahia de Todas as Áfricas".
Barra-Ondina
O glamuroso circuito do mar, mais tarde batizado como Dodô - Barra-Ondina -, foi oficializado em 1992 e hoje é um dos pontos de maior efervescência do Carnaval de Salvador. Ali está a maioria dos camarotes, nova invenção dessa festa que vem se transformando ao longo dos anos.
Do Entrudo ao desfiles dois clube e Corsos, à chegada da influência afro-brasileira, no início com os afoxés; e da descoberta da guitarra baiana, que gerou os Trios Elétricos.
Com os trios, a explosão da maior manifestação popular do planeta - o Carnaval de Salvador - multiplica ritmos e batidas e consagra o saba-reggae e a axé music, produzindo milhares de músicos e artistas que trabalham incansavelmente pra surpreender os milhões de foliões que desembarcam na Capital da Alegria, vindos de todos os cantos do Brasil e do mundo para viver esse mágica maneira de ser feliz.
Cronologia do Trio Elétrico
Existia em Salvador um conjunto musical, criado por Dorival Caymmi, que animava algumas festas e reuniões de fim de semana, e que se apresentava nas estações de rádio. Começava, então, a fazer sucesso na Bahia o grupo Três e Meio, cujos integrantes eram o próprio Caymmi, Alberto Costa, Zezinho Rodrigues e Adolfo Nascimento – o Dodô. Em 1938, com a saída de Caymmi, o grupo reestruturou-se e passou a contar com sete componentes, incluindo Osmar Macêdo.
( Mais detalhes em matéria somente sobre o Trio)
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Tudo começou com o som vindo dos tambores das entidades carnavalescas de origem africana em meados da década de 70. Nesta época, a Bahia via surgir o bloco afro " Ilê Ayiê " e o afoxé " Badauê " e acompanhava ainda o renascimento do afoxé " Filhos de Gandhy " - depois, vieram os blocos afros " Olodum e o Muzenza ".
História do Carnaval
Personagens Característicos e Tradicionais do Carnaval
MOMO:
Filho do Sono e da Noite, ocupava-se unicamente em examinar as ações dos deuses e dos homens, e chegava mesmo a repreendê-los. Considerado como deus da Graciosidade, tinha caráter muito jocoso. Era representado com uma máscara numa mão e na outra uma figura ridícula para dar a entender que tira a máscara aos vícios dos homens e ri da sua loucura. Foi eleito juiz das obras de Neptuno, de Vulcano e de Minerva: nenhuma achou perfeita. Vituperou Neptuno porque, compondo um touro, não lhe pôs chavelhos. Criticou o homem forjado por Vulcano, por não lhe ter feito uma janela no coração para lhe ver os seus secretos pensamentos. Censurou a casa que Minerva edificou, porque a não podia mudar de um lugar para outro. * Segundo a Mitologia Greco-Romana.
Ator que representava nas farsas populares do antigo teatro. Originário dos bobos encarregados de divertir os amos e senhores Portugueses que habitavam os paços reais e as residências nobres com mímicas e farsas populares. * Segundo a História da Arte.
ARLEQUIM:
Personagem da antiga comédia italiana ( commedia dell'arte ) de traje multicolor, feito em geral de losangos, que tinha a função de divertir o público, nos intervalos, com chistes e bufonadas, foi posteriormente incorporado como um dos personagens nas peripécias das comédias, transformando-se numa de suas mais importantes personagens. Amante da Colombina. Farsante, truão, fanfarrão, brigão, amante, cínico.
COLOMBINA:
Principal personagem feminina da commedia dell'arte, amante do Arlequim e companheira do Pierrô. Namoradeira, alegre, fútil, bela, esperta, sedutora e volúvel. Vestia-se de seda ou cetim branco, saia curta e usava um bonezinho.
PIERRÔ:
Personagem também originário da commédia dell'arte, ingênuo e sentimental. Usava como indumentária calça e casaco muito amplos, ornada com pompons e de grande gola franzida.
Fonte Saltur - Prefeitura de Salvador- BA
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