MALDITO CORAÇÃO - (ME ALEGRA QUE TU SOFRAS)

Maldito Coração (me alegra que tu sofras), vem com a força e a energia feminina, momento de se falar sobre a mulher e refletir o porquê de estarmos em pleno século XXI e as mulheres ainda sofrem muito com as suas relações amorosas, as agressões físicas e psicológicas, o crime passional partindo de seus parceiros por não aceitarem quando a mesma decide partir, o preconceito no mercado de trabalho, além das várias funções ocupadas por elas no dia a dia sem que isso seja levado em consideração pela maioria dos homens que as cercam.

O Estado tem consciência de que a mulher ainda tem dificuldade de exercer seu papel na sociedade, em especial pelo preconceito. Tanto é que, em 13 de setembro de 2002, o Governo promulgou o decreto nº. 4.377 em que afirma saber que a discriminação contra a mulher viola os princípios da igualdade de direitos e do respeito da dignidade humana, dificultam a participação da mulher, nas mesmas condições que o homem, na vida política, social, econômica e cultural de seu país, constitui um obstáculo ao aumento do bem-estar da sociedade e da família e dificulta o pleno desenvolvimento das potencialidades da mulher para prestar serviço a seu país e à humanidade.

Dentre os diversos tipos de violência contra a mulher, destaca-se a violência psicológica, marcada por atos de humilhação, ameaça isolamento, críticas, intimidação, dentre outros. Esse tipo de violência acarreta danos à auto-estima feminina e pode levá-la a doenças psicossomáticas ou até mesmo ao suicídio. O corpo do texto da Lei Maria da Penha, lei 11.340/06, traz, além da definição de violência doméstica, pela primeira vez em um texto legal, de forma detalhada, a definição do que vem a ser a violência psicológica. Procurar entender como as mulheres identificam e reconhecem esse tipo de violência, que muitas vezes antecipa a violência física, é de fundamental importância no enfrentamento à violência doméstica.

Maldito Coração (me alegra que tu sofras) mostra uma fatia da realidade de muitas mulheres que compõem o nosso cenário Brasileiro, vale ressaltar ainda que, a encenação tem como principal objetivo fazer com que a sociedade reflita sobre esses aspectos contribuindo assim para uma relação mais respeitosa e igual, no que se refere ao quesito direito, entre esses dois gêneros tão ambíguos e complexos.

A encenação


A Concepção ora aqui apresentada é ambientada num espaço vazio aonde o que vai dando os contornos cênicos são os elementos de cena. O discurso gera em torno dos sentimentos ocultos de uma mente fragilizada e até onde esses mesmos sentimentos podem nos levar. O que é imaginação ou realidade? Que linha estreita é essa que separa esses dois pólos? O quão cruel é estarmos envolvidos nessa tênue linha. Esses aspectos farão com que o publico identifique as suas próprias vivências e expectativas em relação aos seus sentimentos e comportamentos. O monologo traz ao público uma mulher de meia idade em profunda solidão, mergulhada em suas nostálgicas lembranças. Entre devaneios e introspecções fixa-se em uma parte de sua vida, que marcou a sua memória transtornada. O discurso enfoca ainda a condição humana: humor, absurdo, loucura e solidão. O meio tom que é impresso na interpretação é de uma ironia quase imperceptível, onde o riso e a dor trocam várias vezes de máscara. A chama da paixão é dominada em favor da sutileza e da sugestão. Essa mulher quer ser ouvida, amada e compreendida, nesse determinado ponto da sua vida passa a acreditar em uma mentira, que para as pessoas que a estão ouvindo, pode-se tornar uma grande verdade. Existe alguma coisa mais verdadeira do que aquelas que a gente acredita? As pessoas acreditam naquilo que elas querem acreditar.

Obs.: Ao terminar o espetáculo a Diretora e a Atriz estarão disponíveis a um debate com o público acerca da temática abordada enquanto complemento do discurso ora aqui exposto, além de uma interação maior com o púbico, estabelecendo assim uma reflexão mais ampla com olhares diferenciados, contribuindo dessa forma para a problemática que povoa vidas de milhares de mulheres da sociedade brasileira e do mundo.




Apresentação Única – Mostra de Monólogos Mês do Teatro.
Local: Teatro Gamboa Nova, Aflitos, Campo Grande.
Dia: 31 de Março,2011 às 20h.
Ingresso: R$10 e 5.
Classificação: 12 anos
(www.teatrogamboanova.com.br) - tel. 3329-2418

QUANTO A FICHA TÉCNICA


Texto
Vera Karam

Direção e Produção
Tânia Tôko

Interpretação e Compilação de Texto, Trilha Sonora (seleção), Figurino e Maquiagem.
Alice Lopes

Iluminação (Criação e Operação)
Tié Valente

Sonoplastia (Operação)
Filêmon Cafezeiro 

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